Aluno da UFF recebe prêmio Déa Fenelon de Ensino de História
O doutorando Marcus Vinicius Rocha Vieira, aluno do Programa de Pós-graduação em Ensino de História, foi um dos vencedores do 3º Prêmio Déa Fenelon de Ensino de História, concedido pela Associação Nacional de História (Anpuh), que avalia práticas de educação de todas as regiões do país. A cerimônia de premiação aconteceu no último dia 14, no encontro nacional da associação, realizado em Belo Horizonte.
Com orientação da pesquisadora Lívia Monteiro, o trabalho intitulado “Meu bairro, minha África: um diálogo entre escola e território na construção de uma Educação Antirracista” foi elaborado na confluência entre universidade, escola e comunidade e surgiu a partir das inquietações do professor na sala de aula da rede pública. “A pesquisa surgiu a partir da percepção da existência de um alunado predominantemente negro, que não se identifica com a escola e com as aulas de História, historicamente norteadas por um material didático eurocêntrico que subalterniza as histórias dos povos africanos e afro-brasileiros. O reflexo disso entre os estudantes era a folclorização e a limitação das histórias negras à escravização”, explica o doutorando.
Marcus Vinícius é egresso do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória) da UFF e atualmente cursa a primeira turma do Doutorado Profissional do mesmo programa na universidade. Para ele, a experiência na pós-graduação contribuiu na sistematização da sua prática pedagógica. “Encontrei no mestrado uma universidade que dialoga mais com a educação básica, onde atuo como professor. O programa da UFF é um grande exemplo do movimento que trabalha por justiça social, pluraliza a universidade e que precisa avançar ainda mais. Não basta falar sobre temas até então esquecidos pelas narrativas oficiais. É preciso compreender que a experiência de vida do aluno nos ensina”, ressalta.
Além disso, o pesquisador destaca que abordar a questão étnico-racial dentro de uma perspectiva que abre espaço para outras narrativas, construída de forma colaborativa entre universidade, educação básica e comunidade escolar, abre espaço para que os estudantes possam se encontrar na escola, reforçar suas identidades e permanecer estudando. “Escutar e provocar são movimentos de amadurecimento primordiais para professores e pesquisadores que formam o corpo docente de uma escola que pretende enfrentar a colonialidade que persiste mesmo após a emancipação do país e a abolição dos escravizados”, conclui.
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