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UFF fortalece a internacionalização com o programa PEC-G


Desde 1993, a UFF participa ativamente do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), iniciativa do governo brasileiro que oferece a estudantes de países em desenvolvimento a oportunidade de cursar graduação no Brasil. O programa, o mais antigo do Brasil no âmbito da mobilidade internacional, possibilita a estudantes de países em desenvolvimento, com os quais mantemos acordos de cooperação educacional e cultural, a realização de cursos de graduação em instituições de ensino superior brasileiras, com o objetivo de contribuir para a formação de recursos humanos qualificados em países parceiros, fortalecendo os laços de cooperação internacional e promovendo o intercâmbio cultural e acadêmico.

A professora Norimar Júdice, que coordenou o Programa PEC-G na UFF até a década passada, também esteve à frente do Curso de Português para Estrangeiros da universidade entre 1993 e 2018. Ela explica que a participação da UFF no PEC-G teve início com a assinatura de um convênio com o MEC em 1993, que tornou a instituição um polo de recepção de estudantes estrangeiros. Nesse sentido, o curso de Português para Estrangeiros intensivo foi criado especificamente para preparar esses estudantes para o ingresso na graduação brasileira, sendo um dos primeiros do país com essa finalidade.

Segundo a docente, a UFF estruturou um programa completo, com professores especializados, materiais didáticos próprios e formação de estagiários do curso de Letras. Segundo Norimar, “o curso cresceu, consolidou-se, gerou oportunidades para aprendizes estrangeiros e frutificou em muitas pesquisas e publicações na área. Destaco também que a UFF, em 1999, foi uma das primeiras instituições credenciadas para aplicar o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), e teve, a partir de 1998 até o momento, coordenadores e professores da área de Português para Estrangeiros como membros das comissões técnicas e científicas do exame”.

No entanto, os desafios foram muitos: desde a dificuldade de letramento de alguns estudantes em suas línguas de origem, até problemas financeiros e de adaptação cultural. “Muitos alunos chegavam sem apoio efetivo de seus responsáveis e enfrentavam dificuldades para se manter no país, o que exigia constante articulação da coordenação com setores internos da UFF e com o MEC e o Ministério das Relações Exteriores”, explica.

Apesar dos obstáculos, o impacto do PEC-G foi transformador. “A presença desses estudantes nos nossos campi contribui para que alunos e professores façam um exercício de sensibilidade, repensando o Brasil a partir do olhar do outro. O convívio com aprendizes estrangeiros em nosso entorno pode sobretudo nos fazer refletir sobre as convergências e divergências entre seus olhares e o nosso, o que nesses tempos de discórdia e de conflitos, pode nos levar a buscar possíveis pontos de contato facilitadores da interação entre as pessoas de diferentes origens”, afirma a professora.

Para os alunos de Letras da UFF, a realização da disciplina optativa Ensino de Português para Estrangeiros e/ou de um estágio na área pode ser um primeiro passo em direção a pesquisas posteriores em nível de graduação e pós-graduação e à formação de professores de língua e cultura brasileiras para estrangeiros que exerçam seu ofício com sensibilidade e consciência. “Temos atuado na formação de novos professores, proporcionando aos graduandos e pós-graduandos de Letras o contato com aspectos teóricos e práticos da área de português para estrangeiros. Além disso, inauguramos, em 2022, o Laboratório de Ensino do Português como Língua Estrangeira (Labeple) com o propósito de registrar e documentar a produção de nossos materiais didáticos, com vistas a publicações futuras”, explica a atual coordenadora do PEC-G, a professora Cirlene Sanson.

Hoje, com um maior fluxo de estudantes estrangeiros, o programa continua firme em seu propósito: promover o intercâmbio acadêmico e cultural entre o Brasil e países parceiros, com a UFF como uma das protagonistas dessa trajetória. Segundo Cirlene, as perspectivas para a mobilidade internacional na UFF para os próximos anos são muito promissoras. “A universidade tem intensificado seus esforços de internacionalização, fortalecendo parcerias com instituições estrangeiras, ampliando convênios e investindo em programas que incentivam o intercâmbio de estudantes, docentes e pesquisadores”, conclui.

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